quarta-feira, 21 de julho de 2010

INTERNET:Banda larga no Brasil é cara, lenta e restrita, diz Idec

brasileiro paga caro pela internet e não recebe as informações corretas sobre o serviço. Essa é a conclusão de uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), que comparou o preço e a qualidade da banda larga em seis capitais brasileiras – Goiânia, Porto Alegre, Recife, Rio Branco, Belo Horizonte e São Paulo. “A internet no Brasil é cara, lenta e restrita”, diz advogada do Idec, Estela Guerrini. Na visão do instituto, a concorrência “quase inexistente” é a principal vilã para os preços da banda larga no mercado brasileiro.Para ter internet rápida o brasileiro paga em média US$ 28 por mês (R$ 49,56 na cotação da sexta-feira), valor que chega a 4,58% da renda per capita no país, segundo o instituto. Nos Es­­ta­­dos Unidos, o valor é de apenas 0,5% da renda per capita dos americanos e, na França, é de 1,02%. Além disso, apesar de pagar caro, o consumidor brasileiro não recebe um bom serviço. Segundo le­­van­­tamento da em­­presa americana Akamai, a velocidade da internet brasilei­­ra é uma das mais lentas do mundo.
A pesquisa mostra que a velocidade média é de pouco mais de um megabit por segundo (Mbps), 93% menor que a velocidade média da Coreia do Sul, líder do ranking. Além disso, 20% das conexões no país têm velocidade inferior a 256 quilobits por segundo (Kbps), o que passa ao largo da velocidade mínima estabelecida pela União In­­ternacional de Telecomunicações (UIT), entre 1,5 e 2 Mbps.
O objetivo da pesquisa, segundo Estela, foi de buscar evidências que comprovassem que o atual ce­­nário do serviço de banda larga no Brasil precisa mudar, tanto na esfera normativa quanto na fiscalizatória. “Essa mudança é necessária para que todas as pessoas, indepen­­dentemente da condição socioeconômica ou da localidade, tenham acesso a um serviço de banda larga de qualidade e em harmonia com a lei consumerista. Ou seja, precisa­mos universalizar a banda larga.”
O Idec aponta ainda diversas deficiências de qualidade na prestação do serviço aos clientes. A principal queixa do órgão de defesa do consumidor é em relação à variação da velocidade, pois a maioria das empresas só se compromete a entregar um porcentual mínimo de conexão. Segundo o Idec, o site e o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) da Net nada falam sobre variação de velocidade. Mas o contrato prevê que a velocidade máxima ofertada em cada uma das faixas é de até 10% da indicada. No caso da Telefonica, o site não fala sobre variação de velocidade e o SAC informa que a velocidade pode variar. O contrato, por outro lado, prevê que as velocidades estão sujeitas a variações.
O site da GVT não informa so­­bre variação de velocidade. O SAC informa que há pouca variação de velocidade e o contrato prevê que algumas velocidades máximas são garantidas apenas para o acesso à rede da GVT. A Oi, segundo o Idec, também não dá informações sobre variação de velocidade no site da empresa. Seu SAC informa que a velocidade é sempre a mesma, em qualquer horário, e o contrato, por outro lado, prevê que as faixas de velocidade não são garantidas.
Outro lado
A GVT informou que sua proposta de valor é oferecer “o melhor custo-benefício do mercado”. A Telefô­nica informou que “tem compromisso com a garantia da qualidade na oferta e prestação do serviço de banda larga, seja com a marca Speedy, seja com a marca Ajato”. A Oi informou que “os custos incorridos na prestação do Oi Velox (...) são diferenciados por localidade”. Já a Net disse que “garante em contrato o mínimo de 10% da velocida­de contratada, e não apenas 10%”.

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